A barbárie e a escassez são a norma na experiência humana. Em mais de quatro mil anos de civilização, apenas em 1215 conseguiu-se obter de um soberano o compromisso de obedecer a um compilado de normas destinadas a impedir o exercício do poder absoluto. Essa
demora desde a invenção da agricultura, a consequente sedentarização da espécie
e o advento das primeiras sociedades, só prova que a noção da vida humana como
um valor objetivo nada mais é do que um luxo
extravagante na cruenta história da humanidade.