Poucos
fatores influenciam nos costumes e na cultura de uma sociedade como seu nível
de prosperidade. E, como é característico da espécie, quanto maior e quanto
mais tempo perdure, mais uma cultura tende a se tornar relaxada, indiferente e
mesmo hostil aos princípios e tradições sobre os quais foi fundada. Aliado à convicção
da própria excepcionalidade, consequência natural da hegemonia econômica,
cultural e militar, foi o conforto gerado pela combinação de riqueza e estabilidade
política o que catalisou a crise de valores que culminaria no ocaso de Roma. As
invasões bárbaras desempenharam no processo o papel das infecções oportunistas
numa morte por AIDS: apenas se aproveitaram de um corpo carente de auto-defesa
para desferir o golpe de misericórdia.
O
HIV das grandes civilizações é a descrença generalizada em seus valores
fundamentais. Uma sociedade saudável é naturalmente composta por grupos antagônicos
que se digladiam em busca de poder. Alguns, na intenção de preservar o que há
de bom, o fazem com o objetivo de manter a estrutura social. Outros, por a julgarem
perversa na essência, buscam uma mudança profunda, quando não a substituição
pura e simples do modelo então em vigor. Se a própria natureza da guerra
política pressupõe, segundo Maquiavel, a completa anulação de qualquer moralidade na
disputa pelo poder, não é incomum que qualquer coisa possa se tornar praticável
pra qualquer um dos lados.
Quem
defende a manutenção pode muito bem se opor a mudanças necessárias, se acomodar
e se tornar insensível aos erros e contradições, inerentes a qualquer
empreitada humana. Para quem se propõe a refundá-la, ou transformá-la fundamentalmente,
atacar sistematicamente as bases da civilização sobre a qual ela se assenta pode
se revelar uma linha de ação sedutora. Nesse caso, poucas coisas são tão
efetivas quanto investir na cooptação da juventude.
Jovens
são desajustados na essência. O corpo em transformação, desordens emocionais e
hormonais de toda sorte, frustração sexual, tendência ao comportamento
auto-destrutivo, o desespero de não se ter descoberto como indivíduos e de não
ter ainda encontrado o próprio lugar no mundo, a transição geralmente
traumática entre a inocência da infância e a truculência da idade da razão... Tudo
isso configura a adolescência como o período mais turbulento da experiência
humana. Como consequência imediata, a atração, nessa idade, por qualquer visão
de mundo que tenda a, pelo menos, contestar a ordem natural das coisas é instintiva.
Isso
os torna a parcela da sociedade mais receptiva a utopias, radicalismos e mudanças
bruscas e impensadas. Facilmente impressionáveis, são os primeiros a embarcar nas novidades. Sempre prontos a experimentar o que quer que se ofereça, se tornam presas
fáceis para o canto da sereia de agitadores e baderneiros especialistas em
oratória. Alvos prioritários da agitprop
revolucionária, não à toa, são o motor dos movimentos de massa. Geralmente em
maior número e no período mais saudável da vida, são imprescindíveis a qualquer
empreendimento que flerte com a alternância não pacífica de poder e tenda a resultar
num regime de força. É a militância dos hormônios, ferozmente disputada por sua
vitalidade, insensatez, atração pelo proibido, facilidade de manobra e
tendência à mentalidade de rebanho.
A
natural impulsividade da idade, um problema a ser administrado por um educador
honesto, se torna ativo político nas mãos do arruaceiro extremista, cujo
discurso irresponsável e violento só consegue despertar o desprezo e a antipatia
de quem tem o que fazer. Só assim é possível entender a tragédia de Sócrates:
a preocupação legítima em preservar o que a tanto custo foi conseguido e que,
por isso mesmo, tão facilmente se esvai, levou as autoridades gregas a
persegui-lo. Diante da possibilidade de corromper a juventude e lançar a
sociedade no caos, a eventualidade de condenar à morte o pai da filosofia
ocidental se torna um efeito colateral admissível.
Em
sociedades que falharam em universalizar o acesso à riqueza a ponto de a
religião permanecer como elemento central a regular as ações e o comportamento
das pessoas, o fundamentalismo se apresenta como o meio ideal para explorar
politicamente esse potencial subversivo. Na segunda metade do século XX, o Islã
político floresce na ânsia dos muçulmanos por afirmação e identidade num mundo
atônito diante do incontestável triunfo ocidental, sob a liderança da
América. Diante da desgraça moral, política e econômica que se abateu sobre a ummah desde a queda do Império Otomano,
só restou aos fiéis se apegar desesperadamente àquela fé que já lhes possibilitou
controlar um império que, em seu auge, tinha sido maior que Roma. Esse ambiente
aterrador inspirou nas elites econômicas e intelectuais, poliglotas e educadas
nos EUA e Europa, um fervor religioso que não se via nem em seus pais. Aos
jovens pobres, frutos das taxas de natalidade de uma cultura que exalta a
poligamia masculina e se expande por meio de migração e ocupação de território,
só restaram as madrassas e quase nenhuma esperança. Sem muito a perder e ávidos
por encontrar um sentido na vida, o Islã takfiri
se apresenta, então, como caminho natural. É essa massa de desvalidos a
garantia de Khomeini para fazer sua revolução no Irã, a base (Al Qaeda, em árabe) da jihad global de Bin Laden e Zawahiri
contra o Ocidente e a infantaria de Abu Bakr Al-Baghdadi para erigir seu
califado no Iraque e na Síria.
Num ambiente onde a prosperidade é a norma, ao
contrário, é basicamente o tédio e o ócio o que impele os jovens à atitude revolucionária.
Livres das preocupações e privações que afligem seus semelhantes nas sociedades
mais pobres, os ocidentais não dispõem dos mesmos motivos para aceitar os
rigores de uma doutrina religiosa. A segurança e o conforto retiram de Deus o
monopólio sobre a natural necessidade humana de sentido na vida. Se a oferta de
redenção do monoteísmo abraâmico exige auto-sacrifício por presumir o homem
perverso na essência, o antropocentrismo franco-iluminista dos setores
mais midiáticos da esquerda contemporânea o exalta a ponto de colocá-lo no
lugar que Deus ocupava no imaginário cristão pré-Revolução Francesa. Chega-se
ao paroxismo de encarar seus erros e misérias não como anátemas inerentes a sua
condição humana, a serem combatidos por meio da auto-disciplina e do
auto-controle, mas como culpa da sociedade que o corrompe. Numa geração cultivada
sendo convencida de que é especial e única, tendo seus defeitos tratados com
uma condescendência que não poderia incutir nela nada a não ser uma mentalidade
ressentida, narcisista e hedonista, esse modo de ver o homem só poderia ser
alçado à condição de evangelho.
Além
da redoma de bem-estar, um esforço deliberado, velado e sistemático na direção
de remodelar uma sensibilidade estética comum, cultivada na mais importante
herança artística clássica, o conceito de Belo, tem operado uma alteração
contínua na atitude das pessoas em relação ao que sempre se convencionou como
harmonioso e agradável aos sentidos.
O
início do século XX assistiu à ascensão de um movimento de contestação dos
paradigmas estéticos que pautaram as artes plásticas durante toda a existência
da Civilização Ocidental. Com o horror do mundo amplificado pela velocidade das
transformações impostas pela técnica, descortinou-se a oportunidade única de
perverter com propósitos políticos algo originalmente idealizado para refletir
o que há de mais sublime na natureza humana. Se até o século XIX a arte vinha
sendo associada, ao menos no ideário popular, à consolação na tristeza e à afirmação na alegria, a partir de Duchamp
virou instrumento de “contestação”, de “quebra de tabu”, do choque pelo choque.
A
música popular não seria poupada da ação desse espírito de devastação. Até a
segunda metade do século XX, ainda se privilegiaria a virtuose instrumental, os
vocais afinados, as composições melódicas em escalas naturais e dissonâncias
cuidadosamente encaixadas. Agora uma estética esquizofrênica toma conta do
mercado fonográfico. A canção de sucesso, antes marcada pelo caráter artesanal,
pelo gênio criativo e pela perícia do autor em seu instrumento, se rende à
grosseria da era da linha de produção. Distribuída em massa para um público
cada vez menos exigente, não é mais escrita num piano acústico, mas montada,
peça por peça, como uma máquina, num computador. Se os solos trabalhados e as
harmonias de piano imperavam outrora, agora abundam os recursos eletrônicos. A
música não é mais acústica. É sintética. Ao executar os instrumentos e corrigir
vozes de gente incapaz, o computador tornou o talento dispensável. O niilismo
sonoro das escalas cromáticas, do abuso de dissonâncias e acordes fora da
progressão natural, regurgitados sem fundamento, são a marca do desespero de uma
era condenada, que escolheu abrir mão de tudo que já tinha passado pelo teste
do tempo para apostar todas as fichas na frágil razão humana como Deus ex-machina da humanidade. O avanço
técnico e a tolerância fabricada com a incompetência artística deu origem a uma
cultura de plástico, onde a arte perdeu a conexão com uma tradição milenar de
refletora do que há de melhor na condição humana.
E o relativismo estético é o prelúdio do
relativismo moral.
Imersos
nesse caldo de cultura, vieram ao mundo os chamados millenials. Nascidos a partir da década de 1980 nos centros urbanos
ocidentais, são os filhos da revolução sexual, do maio de 68, do movimento
hippie e da contracultura. Diferente de seus antepassados, que enfrentaram os
rigores de epidemias, fomes, guerras e crises econômicas, essa geração cresceu
na realidade mais próspera, segura e pacífica da história até
então. Nada mais compreensivo, portanto, que tendam a enxergar esse estado de
coisas como natural, a ponto de se dar ao luxo de rejeitar os princípios e
tradições que possibilitaram a seus ancestrais lhes legar esse estilo de vida.
Aliada à tendência da idade à rebeldia e à guerra sistemática empreendida
contra a cultura ocidental pelos centros difusores de idéias, controlados pelos
prosélitos da esquerda pós-moderna, uma disposição no mínimo indiferente em
relação aos valores ocidentais é o que dá a tônica da visão de mundo dessa
geração.
O
aspecto físico é o mais imediato. A relativização do Belo e do Sublime criou nessas
pessoas uma atração mórbida pelo grotesco. Crianças crescem tomando estímulos
sonoros eletrônicos por música e tendo na forma grosseira e perturbada dos
desenhos animados atuais sua primeira experiência artística. Ao fim da adolescência,
o ambiente de devastação estética da universidade potencializa a tolerância com
o horrendo, plantada subliminarmente ainda na primeira infância. Assim, sinais
de marginalidade social, que outrora identificavam detentos, prostitutas,
bandidos, piratas, loucos, drogados e artistas, de repente se tornam populares:
tatuagens, cabelos em formatos/cores aberrantes e corpos mutilados com piercings são exaltados como “marcas de
originalidade”. A distinção social positiva deixa de ser consequência do que se
cria e passa a ser medida pelo que se exibe. Exatamente como animais em período
de acasalamento.
Só
em ambientes assim poderia florescer algo como a cultura youtuber. Só mesmo numa época de facilidade e informação
instantânea, na qual as pessoas, tão idiotizadas, não precisam mais ler para
ter acesso a idéias e opiniões, gente sem competência para se expressar pela
escrita teria condições de se sobressair. É só ligar uma câmera e fazer papel
de idiota para ter views e likes e
ser, de repente, alçado à condição de “influenciador digital”. Qualquer drogado
tatuado com tendências suicidas (que em qualquer cultura menos doente estaria na
sarjeta chafurdando no próprio vômito), palhaço retardado com síndrome de Down
(que não passaria de atração de circo de horrores em épocas que a beleza ainda importava)
ou patricinha cabeça-oca sem talento nenhum, pode se tornar celebridade, lançar
livro, lotar teatros, estrelar filmes, e despertar a devoção bovina de milhões.
Se antes os jovens tinham como referência a sabedoria, a força, a beleza, a
virtude e a saúde, hoje o prestígio é do tosco, do doentio, do fútil e do bizarro. Gente perturbada, que em épocas mais
saudáveis seria devidamente ignorada ou alvo de zombaria, está nas capas de
revistas e fazendo publicidade. Como pervertidos que são, não poderiam deixar
de trazer seus valores perniciosos a tiracolo: drogas, anti-cristianismo,
aborto e desmoralização das autoridades de repente entram na ordem do dia para um
rebanho de mentecaptos desorientados e manipuláveis.
Acrescente-se
a isso o culto ao sentimento, essa tara da pós-modernidade tratada como cânone
da pedagogia infantil contemporânea.
Não
é à toa que o sentimentalismo tem sido associado à natureza feminina ao longo
da história. Por não dispor da mesma capacidade física do homem, coube a ela
aguçar sua inteligência emocional para contrabalançar a relação com o parceiro.
Enquanto o poder dele está nos braços, o dela está na mente. Era ela que ficava
na caverna, cuidava da prole e, principalmente, que tinha que lidar com os
pequenos conflitos domésticos cotidianos, enquanto ele se arriscava na caça.
Por isso é natural que meninas amadureçam mais rápido, sejam mais observadoras
e intuitivas, mais sociáveis e, logo, mais sensíveis à dinâmica emocional
humana.
O
problema é quando isso é aplicado aos meninos. Por uma questão de sobrevivência
da espécie, eles são, no geral, mais voltados para fora do que para dentro.
Diante de uma natureza hostil onde tudo é incerto, o macho que prescinde da
força física e não cultiva sua capacidade de iniciativa simplesmente não deixa
descendência. Enquanto elas são inclinadas aos sentimentos, eles o são para a
violência. Se são criados para negar sua natureza, ao invés de moldá-la à
civilização, o resultado é o que se vê hoje: uma geração de afeminados
sentimentalistas que simplesmente perderam a conexão com o macho ancestral e
não têm mais a capacidade de proteger, cuidar e, o pior de tudo, de despertar e
manter o interesse das mulheres. O enfraquecimento deliberado do macho
ocidental é só mais uma faceta do esforço diabólico de demolir o Ocidente.
Essa
loucura emotiva assumiu um caráter praticamente totalitário nesse mundo de safe spaces. Em tudo existe o medo de ferir
e ofender. Até seleções e entrevistas de estágio e emprego se converteram em
ritos coordenados de picaretagem sentimentalóide, cuja função principal deixa
de ser escolher o mais habilitado e passa a ser não atingir os melindres do menos
qualificado. Se antes profissionais analisavam fria e objetivamente as
capacidades e habilidades de um postulante a um cargo, agora charlatões com
“sensibilidade social” e discurso politicamente correto encorajam os candidatos
a falar de seus sentimentos e experiências de vida, enquanto promovem “atividades
culturais” com lixo reciclável, a fim de sondar suas “preocupações ambientais e
sustentáveis”. As habilidades de desempenhar uma função são colocadas em
segundo plano e quem não é escolhido tem direito a ouvir num “feedback
motivacional” como tem “espírito de liderança” e “atitude de vencedor”. A
linguagem excessivamente informal e indulgente, os memes e os gifs retardados nos
e-mails de anúncio de emprego e seleção de estágio nada mais são do que um
sinal categórico da capitulação de uma civilização que produziu gente como Charles
Martel, Robert E. Lee e Jeanne D’Arc ante os caprichos de uma geração fraca,
ultra-sensível, nojenta e podre de mimada.
Como
não poderia deixar de ser, o efeito colateral mais deletério dessa sociedade de
ofendidos é o culto à depressão. Se já houve épocas em que padecer desse mal
era motivo de constrangimento público, o que mais se vê atualmente são vampiros
psicológicos ostentando marcas de anti-depressivos em perfis de redes sociais. A
glamourização da fraqueza e do suicídio se tornou a insígnia dessa geração de
adolescentes perpétuos. A partir do momento que posar de vítima dá poder, todos
viram vítimas.
Como
pra cada otário na face da Terra existe pelo menos um esperto pronto pra tirar
vantagem, é assim que oportunistas sem escrúpulos transformam essa estupidez emasculada
generalizada em ativo político. Barack Obama dançando como macaco de circo em talk show esquerdista, enquanto posta em redes sociais a lista de “músicas” que ouve nas férias;
Hillary Clinton tirando “selfie”com popstars
e sendo venerada em Hollywood; Fernando Haddad tocando guitarra em seu
teatrinho hipster populista de minoria, enquanto é ovacionado aos prantos ensandecidos pela redação descolada e moderninha do Estadão;
Ao se exibir em pose de ioga, Justin Trudeau consegue fazer a mídia inteira
ignorar seu ódio pela civilização ocidental, refletido na decisão de não atacar terroristas islâmicos nem no caso de o Canadá ser alvo de atentado...
são eles os protagonistas do panis et
cicrcenses da pós-modernidade: enquanto o welfare state provê o pão, o picadeiro está montado no Facebook,
Twitter e Instagram. E, como na época de Nero, é o Cristianismo o bode
expiatório jogado aos leões para o delírio da massa ignara. Isso quando fica só
no esquerdismo europeu de butique biscoito sem glúten...
O
perigo é quando a insanidade anti-Ocidente chega num ponto onde até a violência
e o terrorismo são relativizados em prol do ideal da “comunidade global da
justiça social”. A geração snowflake
que acha que palavras machucam é a mesma que usa e a abusa da violência contra vozes
dissonantes. Ao mesmo tempo em que impedem adversários políticos de falar em
universidades, cobrem o rosto para depredar patrimônio público e privado em
bando e assassinam cinegrafistas, enchem o peito pra acusar de fascistas as
próprias vítimas de sua fúria cega. A situação chegou num tal nível de
paroxismo que, em plenos Estados Unidos da América, um agitador bolchevique com
discurso totalitário precisou ser sabotado pela burocracia do
Partido Democrata para não levar as primárias em 2016.
Aberrações
como a popularidade de Bernie Sanders na América, Black Blocs, Black Lives
Matter, Antifa e Occupy Wall Street só são possíveis numa sociedade tomada completamente
por uma geração inteira doutrinada para se sentir merecedora de tudo sem dar
contrapartida. Se acreditando especiais e dignos do paraíso na Terra, esses millenials estúpidos viram facilmente massa
de manobra na mão do primeiro vigarista prometendo tudo grátis. Uma raça de
mongolóides condicionada a se vangloriar dos próprios defeitos pra servir de
bucha de canhão de trapaceiro com discurso revolucionário.
Os
nomes nonsense em minúsculas e os
avatares de diva pop nas redes sociais são resultado de uma cultura desenhada
intencionalmente para rejeitar tudo que está no DNA da maior civilização da
história da humanidade. Exércitos, bombas, nem mesmo influências culturais
externas: nada disso ameaça mais o sistema imunológico do Ocidente do que a
escrita errada, a insolência, o senso estético corrompido, os maus costumes, a
afeminação geral, o narcisismo, o hedonismo e a necessidade histérica de afetar
virtude dessa geração de prostitutas de atenção em rede social.
Em
1780, John Adams servia como representante da nascente república
americana em Paris, ocasião em que buscava apoio de Luís XVI na guerra de
independência que travava contra o Império Britânico. Em cartas trocadas com
sua esposa, Abigail, ele relatou uma conversa que teve com membros da corte
francesa, na qual explicava a razão de sua falta de tempo para apreciar a vibrante
cena artística local: “Eu devo estudar política e guerra para que meus filhos
tenham a liberdade de estudar matemática e filosofia. Meus filhos devem estudar
navegação, comércio e agricultura para que os filhos deles possam estudar pintura,
poesia e música”. Mais de dois séculos depois, a citação do ilustre advogado
ainda soa atual não apenas pela beleza ou contundência de suas palavras, mas,
principalmente pela forma como descreve o que parece ser a dinâmica inexorável
das grandes civilizações: tempos difíceis forjam bons homens. Bons homens criam
tempos bons. Tempos bons produzem homens fracos. Homens fracos provocam tempos
ruins.
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