A modernidade legou ao ocidente uma mudança de perspectiva cujos efeitos se refletem até os dias atuais. Até então, as relações humanas se travavam sub specie aeternitatis, ou seja, do ponto de vista da eternidade. Quando a posição central que o Transcendente ocupava na mente humana deu lugar à era do império do indivíduo, o antigo éthos, cujo norte era a busca pela vida eterna, passou a orbitar em torno da satisfação dos desejos humanos. A partir de então, tudo passou a ser admitido no sentido de atingir esse objetivo, inclusive o empenho de alterar a realidade objetiva.